desjejum de segunda

o que comi

não basta saber cozinhar, tem que saber  quais usar ingredientes para cozinhar; não basta saber quais ingredientes usar, tem que se ter dinheiro para comprar ingredientes – e dinheiro tem sido coisa difícil de se manter na carteira, imagina em uma segunda-feira de manhã!

amanhecer plena segunda-feira nublada (precisava ser mais explícita a exemplificação da lassidão?) sem manteiga nem pão nem leite… e nem dinheiro… momento exige uma excursão investigativa nos recônditos escaninhos misteriosos da sua geladeira (incrível que mesmo um refrigerador de 240 l pode esconder mistérios insondáveis em suas profundezas!) e resgatar elementos alternativos para que se possa executar um desjejum aplicável ao caso (resumindo: cascavilhar para defender o rango da manhã).

hoje dei, para minha sorte, com goma fresca (não tão fresca, mas deu certo) que me rendeu tapiocas consideráveis, queijo coalho (um fim de festa, mas deu para fatiar fininho a fim de rechear as tapiocas) e leite condensado (na real, um dedinho que sobrou, mas misturado ao café…hmm…).

sabe aquela sensação de melhor refeição do mundo? não é só a fome que intensifica esse sabor, mas também o inesperado; imaginava/temia passar quase fome, à base de café preto… e só.

e, de repente, desjejum completo!: e diferente – o que estimula uma sensação de inovar o meu infinito particular.

saldo: desjejum decente tomado
aprendizagem: quando faltar algo, não temer recear a inovação.

o que vi

O incrível mundo de Gumball é uma animação que ainda me deixa perplexada (sim! perplexa + abismada = perplexada) e que passa insistentemente no Cartoon Network. Perplexa com a temática adulta, abismada com o besteirol; conteúdo pessimamente abordado – o que me deixa um tantinho assim reflexiva, feito a famosa estátua do Rodin: o que pretendem, afinal, com esse tipo de abordagem absurdamente (e, infelizmente, não estou sendo camusiana) caótica e irresponsável face às problematizações apresentadas?

e fico inquietando-me com a noção de que, talvez (quem sabe?), o que se possa apreender é que seja um ensaio de como não se importar com nada, um niilismo infantojuvenil (sou só eu que acha esquisito essa palavra não ter mais hífen com o novo acordo ortográfico, segundo o Volp?) em passar incólume por quaisquer agitações que não sejam inerentes ao ego (resumindo: meu umbigo e morra o resto!).

estarei sendo crítica e noiada demais? pior que penso que não, que definitivamente não mesmo.

saldo: vontade de mudar o canal
aprendizagem: esperar menos ainda da próxima geração (hélàs!)

o que farei

leitura com n-o-t-a-s do livro considerado YA (young adult) de David Levithan, todo dia, para mediação no grupo de leitura do WhatsApp.

não será o primeiro dia, trata-se do livro do mês, e houve resistência para adotarem esse livro, embora quisessem algum da Carina Rissi (sinceramente, eu a acho muuuiiito infantiloide – infantil e debiloide) ou do Nicholas Spark (embora²… duvido queiram adotar esse autor de novo, da única vez em que escolheram um livro dele, fi legendário! como eu não era a mediadora, ataquei de leitora… e fui feroz em minhas críticas – as quais tenho que me abster enquanto mediadora, afinal, o papel de mediar um livro é apresentá-lo e não detoná-lo), mas hoje… oh là là! já fizeram foi agendar a leitura da continuação desse livro, o “Outro dia”.

porque recomendei esse livro:
1. queria lê-lo;
2. alteridade é um assunto que sempre me atiça – e como não saber do outro se o protagonista vive um dia no corpo de outra pessoa, todo dia?;
3. considerado YA, um livro que seria mais de acordo com os hábitos de leitura dos integrantes do grupo, mas que era recomendado para quem não gostava do gênero, ou seja, prometia (e cumpre!) ser um livro da modinha um pouco mais maturado – e é o que leitores precisam: maturar experiências de leitura antes de atacar um Dostoiévski;
4. queria perceber o estilo de escrita do autor, David Levithan.

(resumindo: uni o útil ao agradável)

mas como hoje termina a jornada de leitura, já quero deixar prontas as perguntas-provocações que lançarei ao grupo: a ideia é que eu não ministre aula on-line, mas jogue a provocação feito isca e que debatam, discutam, exponham suas afirmações (é por isso que o grupo gosta tanto de mim enquanto mediadora; eu dou voz ao grupo – apenas direciono, mas também me deixo redirecionar caso seja pertinente), e, sim, é um exercício constante de alteridade – sempre temos que identificar o outro a fim de não melindrá-lo; trazê-lo ao nosso lado, não contra nós – e, se querem saber, sempre me é um dos exercícios de humanidade dos mais delicados e difíceis; o outro me é um mundo inabitável, acabamos todos nós sendo a epítome do Pequeno Príncipe vivendo sozinho em seu próprio asteroide B612.

saldo: dia ocupado com leitura crítica fazendo notas e mediação de todo dia, de David Levithan
aprendizagem: antecipar essas notas provocações, não procrastinar

 

2 comentários em “desjejum de segunda

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